30.8.07

Magik Markers


Após o hype underground - se tal coisa existe - e dezenas de edições fundamentando e recordando a (incrível) experiência ao vivo, os Magik Markers apresentam o primeiro álbum com cabeça, tronco e membros, ao fim de quase cinco anos. "Volodor Dance" (Latitudes, 2006) já mostrava alguns sinais de solidez e sobriedade em estúdio, algures entre a improvisação no rock e o ensaio de uma canção muito bem estruturada. O resultado era impressionante e não é exagero olhá-lo como um dos melhores álbuns rock - puro - dos últimos anos. Foi também o último álbum que contou com a participação da baixista Leah Quimby, supostamente por não aguentar a pressão da crítica focar muito o seu aspecto físico. "Boss", a sair em Setembro na Ecstatic Peace, é puro delírio no imaginário Markers. Elisa Ambrogio e Pete Nolan (baterista incrível, ver também o seu trabalho com os GHQ) dedicaram-se à canção pop-rock, lembrando Sonic Youth em modo Kim Gordon, Kills, White Stripes e Creedence Clearwater Revival. Canções anti-Markers, uma subversão interna e inteligente, pretensão (face à sua carreira) a banda conceptual para putos, ao estilo de Residents ou Negativland para um público mais adulto. Fechem os olhos à imprensa e ignorem a moda, porque este é o disco rock de 2007.